Há varias técnicas usadas para colocar as próteses mamárias.
Podem ser colocadas entre os músculos peitorais e a glândula mamária ou entre os músculos peitorais e a grelha costal. No primeiro caso diz-se que as próteses ficam sub-mamárias e no segundo sub-musculares.
Para colocar as próteses há a considerar 4 hipóteses:
Por via axilar
Neste caso a cicatriz fica na axila e a prótese fica sub-muscular. A cicatriz fica de facto “escondida” na axila mas sempre que a pessoa levanta os braços, deitada na praia por exemplo, a cicatriz fica visível mesmo que não esteja a fazer toples. Além disso há a tendência das próteses se deslocarem acabando, por ficar acima de mais. Por outro lado a contracção dos músculos peitorais pode provocar deformações visíveis das mamas.
Pelo sulco sub-mamárias
Neste caso as próteses são colocadas através de uma incisão pequena (cerca de 3 dedos) no sulco sub-mamárias. É possível colocar assim as próteses sub-mamárias ou sub musculares. A única desvantagem é a pequena cicatriz sub-mamária, que a maior parte das vezes é pouco visível mesmo usando um biquíni reduzido.
Por via periaréolar inferior
Neste caso a prótese é colocada através de uma incisão que acompanha o contorno inferior da aréola, seguindo a linha que separa a pele mais escura da aréola da pele mais clara do resto da mama. A cicatriz que fica é normalmente quase invisível e fica disfarçada na zona de mudança de cor entre a pele da aréola e a pele do resto da mama. É fácil desta maneira colocar a prótese sub-mamárias ou sub-muscular.
Por endoscopia
São colocadas através de um pequeno orifício que se faz no umbigo. Por esse orifício é introduzido um tubo e através dele vários aparelhos com fibra óptica que nos permitem ver e dissecar os espaços onde queremos colocar as próteses. As próteses são colocadas vazias através do mesmo tubo e cheias com soro fisiológico através de um pequeno tubo de enchimento que possuem. Uma vez cheias é retirado esse tubo de enchimento e uma válvula fecha-se automaticamente na prótese. É uma técnica que só permite colocar próteses que se enchem com soro. É de facto uma maneira de complicar uma cirurgia só para dizer que se evita cicatrizes um pouco maiores e que se deixa só uma pequena cicatriz no umbigo. De facto hoje em dia já é difícil encontrar próteses mamárias de encher com soro. Posso também dizer que há uns anos num congresso no Porto foi exemplificada em directo por um cirurgião estrangeiro que a praticava; depois de estragar 4 ou 5 próteses e de 4 ou 5 horas de cirurgia conseguiu colocar 2 próteses. É assim uma técnica sem qualquer interesse para substituir uma cirurgia que demora 30 minutos a 1 hora em média, com próteses bem melhores, de ultima tecnologia, em vez das antigas de soro. Contudo ainda há pouco tempo pude ver na TV, numa Clínica Americana, como sendo uma “grande coisa” a colocação de próteses mamárias por via endoscopica; colocaram as tais próteses de encher com soro que. Julgo que em Portugal já ninguém usa estas próteses cheias com soro. Como podem ver na América nem sempre se está mais avançado.
Conclusão
A técnica que uso normalmente é a da via periaréolar. Só uso a via do sulco sub-mamárias quando a aréola é tão pequena que não há o espaço necessário para a introdução da prótese. A via axilar não uso nunca.